AGO/2020 - Com pandemia, ANEF aponta recuo de 12% nos recursos liberados para financiamento no 1º semestre


·         Modalidade de crédito CDC acompanhou tendência de queda em junho, operando na casa dos R$ 63 bilhões

·         Saldo total das carteiras de veículos demonstra fôlego e mantém alta de 16,7% em doze meses

·         Projeções indicam quedas nos indicadores para o ano, em contraste com aumentos contínuos observados desde 2017 no setor

 

A ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) acaba de divulgar o levantamento dos resultados alcançados pelas instituições financeiras do setor automotivo no primeiro semestre de 2020. O cenário traçado pelos indicadores retrata os impactos da crise decorrente da pandemia de COVID-19 no mercado de veículos, um dos mais afetados no período. Frente à nova conjuntura macroeconômica e do setor, a entidade também reajustou as perspectivas para os recursos liberados de 24,3%, estimados em janeiro, para retração de 22,6% em 2020.

 

Nos seis primeiros meses do ano, houve um recuo de 12% no total acumulado de recursos liberados para financiamentos, com registro de R$ 63,7 bilhões frente aos R$ 72,3 bilhões atingidos em junho de 2019. O movimento de retração foi amenizado pelos bons resultados obtidos no primeiro trimestre de 2020, com crescimento de 13,3% no acumulado de doze meses, que indicavam uma importante constância de alta, tanto do mercado automotivo, quanto da economia brasileira, com resultados positivos observados de forma contínua desde 2017.

 

O fôlego do setor se reflete no saldo total das carteiras, que manteve aumento significativo, especialmente para a conjuntura do primeiro semestre, registrando R$262 bilhões. O número representa crescimento de 16,7% no acumulado dos últimos doze meses frente ao registrado no mês de junho do ano passado, mas deve ser visto com cuidado.

 

A indústria automotiva, que já vinha passando por transformações importantes, terá de se adaptar e ser ainda mais inovadora para enfrentar os desafios trazidos em consequência da pandemia, alerta Paulo Noman, presidente da ANEF. "Os resultados das carteiras de crédito, ainda que positivos, infelizmente não representam a nova realidade do segmento e da economia como um todo. Os bons números atingidos no primeiro trimestre do ano contribuíram para segurar os indicadores, mas o período requer cautela", ressalta o executivo.

 

Abril registrou o pior desempenho dos últimos doze meses, sendo o mais afetado pela crise até o momento. Foram liberados R$ 5,6 bilhões em recursos para o financiamento de veículos na modalidade CDC, o que representa uma queda de mais de 58%, se comparado ao mesmo mês do ano passado. Isolados, maio e junho apresentaram melhora gradativa, atingindo R$ 7,9 bilhões e R$ 11,6 bilhões, respectivamente.

 

Historicamente, a participação das modalidades de crédito nas vendas de veículos e comerciais leves no Brasil tem mantido níveis estáveis, com pagamento à vista representando cerca de 45% e o CDC, 50% de todas as aquisições. Já a dinâmica do mercado de caminhões e ônibus sofreu mudanças no primeiro semestre de 2020.  A representatividade do CDC caiu 12 pontos percentuais, de 60% ao final de 2019 para 48% em junho deste ano. Puxada pelos cortes históricos na taxa Selic, a movimentação abriu espaço para o Finame, que obteve um incremento de 10 pontos percentuais no mesmo período, passando a escoar de 20% para 30% das vendas do segmento.

 

Com planos máximos mantidos em 60 meses, o prazo médio das concessões de crédito, ou seja, o período desde a contratação até o vencimento da última prestação, subiu de 44 meses em junho de 2019 para 44,4 no mesmo mês deste ano. Segundo a análise de Noman, a variação pode ser explicada ao considerar a influência do cenário imposto pela pandemia. “Neste momento, o consumidor está cauteloso, observando as diversas variáveis econômicas na hora de realizar investimentos que requerem descapitalização de recursos. A curva de queda nas taxas de juros também torna atrativos financiamentos com prazos mais longos, que devem aumentar nos próximos meses”, completa o executivo.

 

Foco de preocupação do mercado logo no início da crise, a inadimplência se manteve estável no primeiro semestre de 2020. Contrariando as expectativas, o indicador para pessoa física registrou alta de apenas 0,4 ponto percentual no acumulado de 12 meses. Isolado, o CDC, modalidade de crédito com mais representatividade no sistema financeiro, contou com aumento de um ponto percentual. Já a inadimplência de pessoa jurídica surpreendeu com queda de 0,6 ponto percentual, em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

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